Nosso muito obrigada a Niemeyer
Informativo Painel - Ano 7 - Nº 28 - Janeiro 2013
Por: Denise Guarezzi
Presidente do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) – núcleo Marília
Jornal Painel – AEA – Ano 07 – nº 28 – Jan/2013
Recebi a difícil tarefa para escrever, em poucas linhas, um artigo para homenagear Niemeyer. Muito já foi dito sobre ele nesses últimos dias: poeta, pintor, escultor, designer de móveis, fiel às curvas e fascinado pela natureza; sonhava melhorar o mundo. E arquiteto, claro. Fazia uma arquitetura ímpar, com coragem e idealismo.
Sem contar a delicadeza dos seus desenhos! Tive o privilégio de assistir a uma palestra dele, oferecida a um pequeno grupo. Impressionante a sua agilidade com o pincel sobre o papel. Na mesma velocidade em que falava sobre seus projetos, ilustrava as cenas com seus desenhos rápidos.
Poderia repetir o que todos já leram sobre ele, mas optei por agradecer a esse homem simples a imensa contribuição para o engrandecimento da nossa classe. Suas obras serviram para divulgar o que faz esse profissional do projeto, valorizando assim a nossa profissão. Além de ser uma unanimidade, ele era popular. Cito como exemplo, as suas colunas de Brasília. Elas podem ser vistas em muitas fachadas, mas também pintadas na traseira de caminhões pelas estradas.
Um profissional atualizado, que conectava com maestria a arquitetura a todos os assuntos ligados à cultura de um povo.
Segundo Carlos Lemos, ele foi o único depois de Aleijadinho em importância no cenário da arquitetura nacional. Passaram-se 100 anos entre eles e nenhum outro arquiteto produziu obras tão representativas. Que bom que ele viveu bastante! E produzindo, o que é melhor ainda!
Em sua biografia ele disse: “Sou apenas um homem que vive e nada mais!” Indiscutivelmente um ser humano maior que sua arte.
E numa divagação sobre a morte, concluiu que “o mundo é maravilhoso e dele ninguém quer se despedir”... Lamento que ele tenha saído de cena dias antes da comemoração do seu aniversário, que a partir deste ano, passou a ser também o dia do arquiteto, numa justa homenagem.
Mas ele se foi só fisicamente, pois seu legado está aí, eternizado nas suas obras. Ele viverá para sempre, como vive até hoje o Aleijadinho.