I Saloni - "The event is back"

Revista Di Móveis - Ano 2 - Nº 4 2010

Texto: Entrevisa de Rose Araujo a partir do texto escrito por Denise Guarezzi
Fotos: Denise Guarezzi

Tudo acontece em Milão!
Um passeio sem paradas pelas alamedas do Salão Internacional do Móvel, sob o olhar atento de dois expertises
 
 
Uma visita a Milão em qualquer época do ano é sempre um acontecimento. Mas, em abril, quando é realizado o Salão Internacional do Móvel, a viagem ganha outros contornos: prazer, proveito e muitas novidades. A arquiteta Denise Guarezzi e o designer de interiores Márcio Bompean que o digam! Eles foram conferir metro a metro o evento mais agitado e conceituado do setor e contaram com exclusividade para a DI Móveis tudo o que viram por lá.
“The Event is Back” foi o slogan escolhido pelos organizadores para mostrar a força do Salão nesse momento pós-crise financeira mundial. Com 2.542 expositores espalhados em 209 mil metros quadrados, a feira reuniu os mais renomados expoentes na área de mobiliário, design, tecidos. “Para conseguir apreciar tudo em três dias, é preciso chegar bem cedo, escolher os pavilhões a serem visitados e levar uma mala de rodinhas, pois a quantidade de mostruários e catálogos que a gente recebe é imensa”, conta Bompean.
A exposição foi dividida em 24 pavilhões, separados por estilos (clássico, moderno, urbano etc). Havia os eventos destinados à Cozinha (Eurocucina), Banheiro (3º Salone Internazionale del Bagno), Complementos de Decoração e o Salão Satélite, reservado a jovens talentos.
“Sob este ponto de vista, podemos dizer que neste ano os expositores redescobriram ideias e soluções para uma casa na medida do homem, estimulando uma reflexão sobre o seu estilo de vida. Excluindo-se as excentricidades, sempre presentes nesses eventos, a palavra de ordem foi ‘menos luxo e mais conteúdo’, para atender as possibilidades econômicas do consumidor atual. Uma tendência à simplificação”, destaca Denise. Móveis normais para casas normais, ou seja, beleza com bom senso. O chamado Design “Low Budget” (numa tradução simples: a baixo custo)
 
Tendências e afins
 
“Talvez a maior novidade para este ano seja as mesas de jantar em vidro retráteis que mudam facilmente de forma e tamanho. Alguns clássicos da decoração ganharam cores vibrantes. A mesa Sarinen, por exemplo, passa a ser produzida com a base em inox ao invés do branco ou preto tradicionais”, diz o designer Márcio Bompean.
De olho nas tonalidades, Denise conta que os tecidos desfilam numa palheta que vai dos neutros, com tramas bem acentuadas, aos muito coloridos, com estampas florais e étnicas.“Se tivéssemos que eleger uma cor seria o cinza”.
Permanecem a transparência, os metalizados ouro e prata e os espelhos. A madeira (natural ou imitação) aparece nos tons acinzentados. A tonalidade que mais se viu em composição com a madeira foi o coral, sempre com alto brilho. "Aliás, a perfeição do acabamento da laca italiana chega a ser irritante! Impossível imitar”, brinca a arquiteta.
Nos banheiros, o destaque foi para as duchas com águas dançantes, que formam desenhos. As cozinhas cada vez mais sofisticadas, vão desde aquelas projetadas para ser o centro das atenções, até as compactas (mas com muita tecnologia), que se pode esconder. “Tudo para prender você em casa!”, diz Denise.
 
Design verde-amarelo
 
Bompean frisa que neste ano o salão atraiu mais de seis mil brasileiros. Mas eles não ficaram apenas com a credencial de visitante! Brilharam na exposição, levando para o evento a expressividade da criação “Made in Brazil”.
“Este foi o ano em que os brasileiros brilharam em Milão”, atesta Denise. Sérgio Rodrigues, com a sua Poltrona Mole e toda a clássica coleção, foi um dos destaques. No badalado stand da Edra, a presença marcante dos móveis assinados pelos irmãos Campana (que lá estavam dando muitas entrevistas), expondo os antigos de roupa nova e os lançamentos – alguns um tano excêntricos. Um sucesso!
 
A cidade
 
A cidade é rica, elegante, poderosa e considerada a mais moderna e globalizada da Itália. Além dos tradicionais ícones turísticos, como Duomo, Galeria Vittorio Emanuele, Cemitério Monumental, Castelo Sforzesco, Pinacoteca da Brera, Teatro Escala, entre outros, o comércio da cidade entra no clima do Salão e veste suas lojas com peças de designers famosos, sejam elas perfumes, roupas, calçados ou bolsas. “As vitrines, sempre chiques, são bárbaras! Um verdadeiro colírio para os olhos”, lembra Denise.
Na capital da moda e do design, não faltam bons restaurantes, bares, cafés e casas noturnas. Impossível comer mal em Milão. Peixes, massas, frutos do mar e risotos são  especialidades, mas há restaurantes típicos das diversas regiões da Itália e como em qualquer outra capital cosmopolita, muitas alternativas do mundo todo. É possível comer desde mariscos acompanhados de cerveja branca num restaurante belga – Le vent Du Nord – até o tradicional risoto milanês. Também fazem parte deste roteiro gastronômico, um bom sorvete na Gelateria Gorm e um café na Corso Como, 10.
 







Linha residencial MissoniHome, de Missoni



Poltronas do estilista Missoni: excentricidade em forma de flor



Cadeiras Bronze, design de Philippe Stark



Pendente em acrílico, um lançamento da Kartell no evento



Cadeira de Le Corbusier e Pierre Jeanneret, de 1928, cujo modelo foi batizado de B306



Sempre presentes, as cadeiras estavam em alta na feira



Cabana: um design dos Irmãos Campana, cuja fabricação é assinada pela Edra



Cadeira Corallo, dos Irmãos Campana, ambientando o Lounge da Champagne Veuve Clicquot, na Zona Tortona, no Circuito Fuorisaloni



Duomo, a catedral gótica mais famosa e importante de Milão
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Denise Guarezzi
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